terça-feira, 9 de abril de 2013

Se fosse para te dizer algo, ainda....

Se fosse para ainda te dizer algo, eu diria que tudo que restou de nós dois ainda é mágoa pra mim.
Ah, por favor, vai.... Não torça esse bico e me julgue mal por isso. Não é porque quero e juro que, se já estivesse ao meu alcance, eu gostaria de você sem um único resquício dessa dor de quem de já apanhou.
Mas também não queira, meu bem, que eu não pense do jeito que penso. Porque eu penso que o meu sentimento tem muito de egoísmo e por isso mesmo eu sei o quão profundo ele me atinge. E que o seu sentimento foi vaidoso demais para o meu que foi egoísta demais.
Eu queria você me querendo. Era isso, egocêntrica, queria ser também o teu centro, confesso.
Mas você. Você nem isso quis. Você entrou em mim, sem nenhum receio, sem ponderações. Me sorriu e entrou em mim.
Vaidoso, vaidoso demais não pensou em como me sentia te hospedando. Era confortável. Era bonito o canto em que você podia ficar.
Mas eu. Eu queria lugar pra mim, também. Queria menos anseio de beijo e mais calor do abraço.
Queria que também me tivesse abrigado. Me deixado entrar em você enquanto aos poucos ocupava cômodos maiores em mim.
Egoísta, sim. Pois te deixei entrar por mim. Pra receber aconchego também, hálito quente.
Vaidoso, sim. Enquanto se olhava em meus espelhos, nem viu que eu precisava ter onde ficar.

É de meu egoísmo e sua vaidade a minha mágoa. Egoísmo de mulher que precisa sentir amor correndo nas veias dos dois, vaidade de homem que só quer uma morada, pra se ajeitar por um tempo, dar um trato no cabelo.
"Posso usar o seu banheiro?" .
De homem que nem sabe se vai ficar, mas não se importa com isso, que é o sentimento de posse de um egoísmo que ele denomina feminino demais.
Minha mágoa é de não ter sabido de antemão que as coisas seriam da mesma forma e de não ter percebido quando você mentia e me ofendia. Nem tenho certeza, mas... Não, tenho sim, eram mentiras. Afinal, mentira é mentira, até mesmo quando quem conta não a percebe.
Então eu menti junto, por ter aceitado a mentira que nenhum dos dois se deu ao trabalho de revelar.
Mas agora que diferença faz?
Tudo foi exatamente, exatamente o que seria por eu estar em mim e você em você.
Eu continuo igual, teria morrido ontem de saudade e hoje mesmo posso viver plenamente bem com você a mais de 50 km distante de mim.
Você continua igual, mais uma vez nem sabe que mentiu, se sabe, finge que foi de leve e, já que foi de leve... o que há de fazer?
Ah, que você não esteja sentindo nada, nada. E que esteja extremamente melhor assim.
Que eu seja assim mesmo, como antes, tão fácil de virar, o que qualquer outra seria, talvez até melhor do que eu fui.

E que, como antes, ah, que eu saiba disso e saiba também que eu poderia viver um milhão de ano e vidas sem que em nenhuma delas você seja mais que esse texto pra mim. E eu sei.
Ou eu também finjo, que finjo....

2 comentários:

Ana Carolina disse...

"Mas já agora que diferença faz"

belo texto!

beijo

Ness Fontes disse...

Muito bom!!!!!
Tua escrita é bem peculiar.

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